10/04/2019

30 ANOS DA INTERVENÇÃO NO ANCHIETA: CÂMARA REALIZA SESSÃO SOLENE

No dia 3 de maio de 1989, após várias denúncias de mortes violentas de pacientes da Casa de Saúde Anchieta, hospital psiquiátrico privado que funcionava em Santos, a Prefeitura de Santos decretou a intervenção no equipamento. A medida, assinada pela ex-prefeita Telma de Souza, é considerada um marco mundial na Luta Antimanicomial e na reforma psiquiátrica, novo modelo de tratamento, baseado na humanização do atendimento, na integração do paciente e no respeito aos direitos humanos. Para celebrar os 30 anos da intervenção, por iniciativa da agora vereadora Telma, a Câmara de Santos realizará uma Sessão Solene, no próximo dia 3 de maio, às 19 horas.
 
“A sessão também será um ato contra a tentativa de se retomar a ideia do manicômio e do tratamento por eletrochoque, como foi anunciada pelo atual Governo Federal. Esta é uma luta central em nome do compromisso com a vida e continuaremos na resistência contra todos os retrocessos que estão tentando nos empurrar goela abaixo”, explica Telma.

Uma nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde propõe mudanças radicais na política de Saúde Mental, Álcool e Drogas. As medidas apresentam retrocesso nos procedimentos e ferem diretamente a dignidade humana. O texto do Governo Federal define o retorno do eletrochoque em pacientes, a possibilidade da internação de crianças em hospitais psiquiátricos e defende a abstinência para o tratamento de dependência química, seguindo na contramão dos avanços desta política, contrariando o tratamento humanizado e a prática da redução de danos.

Maio é considerado o Mês da Luta Antimanicomial, sendo 18 de maio o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. Na data de 3 maio, completam três décadas da intervenção na Casa de Saúde Anchieta. O antigo manicômio santista era conhecido como Casa dos Horrores até a  então prefeita Telma de Souza ir ao local e decretar intervenção, após denúncias de três mortes violentas no local, uma por espancamento e duas por suicídio. Os pacientes eram mantidos encarcerados em uma área superlotada. Havia 565 internos, num espaço com capacidade para 280 pessoas, sobrevivendo em condições de alto risco de vulnerabilidade.
 
Ao decretar intervenção, Telma promoveu uma série de mudanças na antiga Casa dos Horrores. Foram proibidos os eletrochoques, instalados chuveiros quentes, arrancadas portas das celas, quadruplicado o número de profissionais e implantada a Comissão de Alta, que liberou 50 pacientes somente na primeira semana. A intervenção na Casa Anchieta é um marco na política de Saúde Mental e se tornou referência internacional.

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