A vereadora e presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, Telma de Souza, solicitou que a Prefeitura amplie o quadro de psicólogos e psiquiatras para fortalecer o atendimento em Saúde Mental diante da pandemia do novo coronavirus (Covid-19). Ela também defende que os Centros de Apoio Psicossocial (Caps) devam estar integrado às medidas de enfrentamento à pandemia.
A proposta da presidente da Comissão de Saúde é assegurar o atendimento dos atuais usuários dos Caps, mantendo as adaptações necessárias à prevenção da doença, mas grantindo a prescrição e oferta de medicamentos. E, principalmente, se preparar para a demanda futura por causa do Covid-19.
A parlamentar acredita que os efeitos psicológicos causados pelas medidas para o enfrentamento à pandemia serão inevitáveis e a quantidade de atendimentos pode sobrecarregar a rede pública de Saúde.
"As pessoas estão vivendo um turbilhão de emoções com a pandemia do novo coronavirus. Elas se sentem assombradas com a perda do poder aquisitivo, a possibilidade de desemprego, o confinamento e a preocupação constante de contrair a doença", pontua Telma.
Ela acrescenta que conviver com a insegurança, a frustração, o medo e a depressão é inerente ao ser humano, mas que em momentos de normalidade as pessoas buscam aliviar a tensão com a socialização, práticas esportivas, atividades culturais, passeios em praias e parques e shoppings ou recorrendo às instituições religiosas. Com o isolamento social e funcionamento apenas dos serviços essenciais, estas alternativas se tornam inviáveis, já que a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é o confinamento.
A ex-prefeita de Santos, reconhecida internacionalmente pelo pioneirismo na luta antimanicomial e na criação de um novo conceito de atendimento em Saúde Mental, acredita que o plano de ação deve estar estruturado para o momento em que a população mais necessitar.
"Temos ainda os casos das milhares de pessoas que já possuem transtornos psíquicos ou diagnóstico de sofrimentos mental e emocional. Certamente estes casos serão agravados com o isolamento social e os Caps precisam estar abertos, além da complementação do serviço por telefone ou internet", acrescenta a presidente da Comissão de Saúde.