16/11/2017

TELMA DESTACA CENTENÁRIO DA BRIOSA, APARTHEID E CONSCIÊNCIA NEGRA

A vereadora Telma de Souza destacou, na sessão de 16 de novembro, trêsmomentos importantes da história brasileira, mas que convergem para uma luta ampla e democrática e se relacionam entre si: o centenário da Associação Atlética Portuguesa, a Briosa, o posicionamento do Clube e do governo brasileiro contra o apartheid em 1959, e o Dia da Consciência Negra.

Telma abordou os temas na ocasião por não ter ocorrido sessão na sessão desta segunda-feira (21). 

Inicialmente, Telma reverenciou o centenário do clube santista, classificado por ela como um patrimônio esportivo e cultural de Santos. Além de ter sido fundada pela comunidade portuguesa e de trabalhadores portuários, particularmente os canteiros, a Mais Briosa tem a honra de ter tido o seu estádio, o Ulrico Mursa, como o primeiro do continente a contar com arquibancada de concreto, com cobertura em concreto. O Clube dfoi, também, fundador da Federação Paulista de Futebol e guardião de diversas conquistas, sendo a mais recente o acesso às categorias da Primeira Divisão no ano passado.

De acordo com Telma, ainda que os títulos sejam de grande importância, possivelmente a Portuguesa tem o nome registrado na História Brasileira e Mundial pelo seu protagonismo contra o Apartheid. Em 1959, durante excursão pela África do Sul, a agremiação se negou a entrar em campo para disputar uma partida contra um combinado da Cidade do Cabo. O motivo: a proibição de seus atletas negros participarem do jogo. Foi, neste momento, que houve o primeiro posicionamento brasileiro contra o regime de segregação racial naquele continente, com o apoio do então presidente Juscelino Kubitschek.

Naquela excursão, a Portuguesa obteve 15 vitórias em 15 jogos e recebeu, portanto, a Fita Azul do Futebol Brasileiro, pela sua expedição vitoriosa. Cinquenta anos depois, como vereadora, Telma entregou placa comemorativa por este triunfo e que está registrada no livro Mais Briosa, de autoria do jornalista Paulo Rogério e do contabilista Álvaro Silveira.

"A luta em defesa dos negros, por uma sociedade que os respeite e que os contemple plenamente como cidadãos, é histórica e deve ser permanente. A Portuguesa Santista deu luzes a esta luta, quando se colocou contra a segregação e o impedimento dos seus jogadores negros. Naquele momento, reforçou-se o clube de brio, de valores e que dignifica o nosso País", avalia Telma.

Para a ex-prefeita, passados mais de 50 anos daquele momento histórico da Briosa, a luta pela igualdade racial é ainda mais necessária. "Vivemos tempos de retrocesso nas garantias individuais e coletivas, ferindo a Democracia. São ataques aos pensamentos diferentes, às ideologias diferentes, ao gênero, com desrespeito muito focados nos negros, homossexuais e mulheres. No mercado de trabalho, os negros ainda são criminalizados.
O racismo no Brasil é velado, mas existe, sim. Ele está presente quando a jornalista Maju Coutinho é ofendida pela sua cor. O racismo existe quando os jovens negros são mais mortos pela polícia, ou por liderarem as estatísticas de abordagem para averiguação. Está presente nas troças como a protagonizada pelo símbolo do jornalismo parcial e capitalista, William Waack, gravado quando falava “É coisa de preto”.", argumenta.

Para Telma, há uma cortina de fumaça no Brasil que busca desprezar o racismo que compõe a sociedade e as instituições brasileiras, e que vende a ideia de que o racismo só é manifestado a partir de ofensas e xingamentos.
"Ignora, portanto, que a estruturação do racismo também está na invisibilidade dos negros, na construção de estereótipos preconceituosos, na negação de direitos e na desigualdade de condições e oportunidades que aumentam o abismo entre negros e brancos".

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