“Estive várias vezes em Santos, inclusive em 1989, quando na administração da então prefeita Telma de Souza dava-se início a um programa de controle da Aids que se tornaria referência no Brasil e no mundo”, afirmou na última quinta-feira (12/05) o diretor do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer, ao assinar convênio com a Prefeitura santista, no valor de R$ 250 mil, para a reforma do Centro de Referência em Aids (Craids).     Durante ato realizado na Prefeitura, com a presença da deputada federal Telma de Souza (PT-SP), coordenadora da Frente Parlamentar em HIV/Aids do Congresso; do prefeito santista João Paulo Tavares Papa (PMDB); do secretário municipal de Saúde, Odílio Rodrigues Filho, e de outras autoridades, Chequer enfatizou que os recursos destinados a Santos foram liberados pelo ministério em caráter emergencial, não somente porque o prédio do Craids encontrava-se em estado por demais precário, mas também pelo fato da cidade ser “emblemática” no que se refere às ações de enfrentamento da Aids. O diretor do Programa Nacional de DST/Aids destacou ainda o empenho da deputada federal Telma de Souza para que a liberação de recursos acontecesse o mais rápido possível. “Ela não nos deu um minuto de folga”, afirmou Chequer, provocando risos na platéia de cerca de 50 pessoas presentes.     Telma fez questão de esclarecer que o trabalho realizado em Santos, na área da saúde, durante sua gestão como prefeita, teve como mentor o médico David Capistrano Filho, que era seu secretário na época e se tornaria seu sucessor à frente da administração municipal. A deputada agradeceu o empenho de Chequer e do ministro da Saúde, Humberto Costa, para viabilizar a verba para a reforma do Craids de Santos, e, numa alusão à disputa eleitoral do ano passado, quando concorreu à Prefeitura com o atual prefeito, declarou: “Nossos posicionamentos políticos não podem, em momento algum, impedir que façamos o que deve ser feito para garantir o atendimento das necessidades da população, ainda mais quando o assunto se refere à saúde. Aqueles que depositam sua confiança em nós, através do seu voto, não podem ter essa confiança traída. Não quero aqui direcionar críticas a pessoas que, em passado recente, permitiram que o Craids e o sistema de saúde do município se deteriorassem da forma que se deteriorou. Quero, sim, garantir que, de minha parte, não pouparei esforços para trazer recursos federais para Santos e região.”     A verba de R$ 250 mil para a reforma do Craids será viabilizada através de um acordo internacional de cooperação no combate à Aids entre o governo brasileiro e a Unesco. Segundo Pedro Chequer, 80% desses recursos já estarão à disposição da Prefeitura de Santos até o final da próxima semana. Como contrapartida, a administração municipal arcará com o custo adicional de R$ 500 mil, que envolverá não só a reforma das atuais instalações como a ampliação da unidade. A Prefeitura de Santos perdeu o prazo, em 2004, para o envio de pedidos de financiamento para projetos ao Ministério da Saúde. Com a prorrogação desse prazo, no início deste ano, um plano de obras foi elaborado em caráter de urgência e encaminhado a Brasília, mas os custos, de R$ 445 mil, estavam muito acima do teto de financiamento, que era de R$ 100 mil. A deputada federal Telma de Souza conseguiu, porém, convencer o ministro da Saúde, Humberto Costa, que a situação do Craids de Santos, pelo estado de abandono em que a unidade se encontrava, colocando em risco o atendimento aos pacientes da cidade, exigia uma ação emergencial, o que acabou acontecendo.