"A Frente Parlamentar em HIV/Aids vem promovendo audiências públicas, debates, seminários e ajudado a construir frentes estaduais e municipais. Por seu alcance, tem sido procurada por outros países, que querem trocar experiências conosco”, afirmou ontem (05/04), a deputada federal Telma de Souza (PT-SP)", coordenadora do órgão, ao recepcionar, em Brasília, ministros da Saúde e coordenadores de projetos em HIV/Aids em países do Caribe. Segundo a deputada, que entregou à delegação caribenha um histórico sobre a atuação da Frente no Brasil, o interesse que o funcionamento do organismo parlamentar vem despertando junto a outras nações “deve-se ao reconhecimento internacional de nosso país no combate à Aids, devido ao seu programa corajoso e de resultados positivos". Os integrantes do grupo do Caribe elogiaram o programa brasileiro de combate à doença e disseram que contam com a ajuda brasileira para desenvolver políticas eficientes. Nesse sentido, ele mantiveram uma reunião com os representantes da Frente Parlamentar em HIV/Aids, para discutir estratégias e cooperação bilateral. Entre as autoridades presentes ao encontro, o ministro da Saúde de Santa Lúcia, Damian Greaves, e o enviado da Organização das Nações Unidas (ONU), George Alleyne, declararam acreditar que o Brasil está no caminho certo. Eles ressaltaram a atuação do Parlamento, do Governo, dos educadores e da sociedade na luta contra a Aids.Também participaram da reunião os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Ana Guerra (PT-MG). Índices preocupam - O grupo de autoridades e técnicos caribenhos é composto por representantes da Comunidade do Caribe e Mercado Comum (Caricom) – que reúne 20 países da segunda região do mundo mais afetada pela Aids, depois da África Subsaariana. De acordo com informações do site da Agência de Notícias da Aids (www.agenciaaids.com.br), a Caricom promove o combate à epidemia nos seus países membros por meio da Parceria Pan-Caribenha contra o HIV/aids (Pancap), uma rede de governos e organizações regionais, internacionais e agências doadoras. A missão também visitará São Paulo e o Rio de Janeiro.  A Caricom, por meio da Pancap, tem manifestado interesse em discutir com o Brasil possibilidades de cooperação técnica. Esses possíveis acordos prevêem parcerias com o Grupo de Cooperação Técnica Horizontal da América Latina e Caribe (Horizontec), que atualmente abrange 20 países e cuja secretaria técnica é sediada no Brasil. Também é prevista parceria com o Centro Internacional de Cooperação técnica em HIV/Aids, uma iniciativa do Brasil e do Programa Conjunto da ONU sobre HIV/Aids (UNAIDS). Segundo o diretor do Programa Nacional de DST e Aids, Pedro Chequer, o Brasil está disposto a cooperar de diversas formas, dependendo da demanda de cada nação caribenha nas áreas de prevenção, tratamento, fortalecimento da sociedade civil e defesa dos direitos humanos. O governo brasileiro tem ações de cooperação internacional mais sólidas com a América Latina e apenas com dois países caribenhos – Cuba e República Dominicana. “Os acordos que poderão ser firmados a partir da visita da Caricom vão significar uma ação mais integrada do Brasil com a região do Caribe, que tem grande destaque no mapa global da epidemia”, avalia. No Caribe, os números da epidemia ainda são preocupantes. De acordo com o último relatório do UNAIDS, divulgado em dezembro do ano passado, mais de 440 mil pessoas, entre adultos e crianças, vivem com o HIV na região. Ainda segundo o relatório, a taxa de prevalência da doença entre adultos é de 2,3% – abaixo apenas da África Subsaariana, onde o índice alcança 7,4%. No Brasil, a taxa é de 0,6%.