Para Telma de Souza, informação é a maior arma contra câncer de próstata
“É animador que o preconceito envolvendo uma questão tão séria de saúde pública - segunda causa de mortalidade masculina no país – esteja aos poucos sendo vencido, através não só de ações oficiais, mas também a partir de iniciativas de organizações da sociedade civil, que contribuem de forma decisiva para o equacionamento de problemas graves, como o câncer de próstata em nosso país.” As palavras são da deputada federal Telma de Souza (PT-SP), durante pronunciamento realizado no plenário da Câmara Federal, por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Câncer de Próstata, comemorado ontem (17/11).
Telma relembrou que¸ em 1997, apresentou projeto de lei, propondo a instituição de uma semana nacional de prevenção à moléstia: “Ao colocarmos a matéria, sabíamos que teríamos como maior obstáculo à sua discussão e aprovação o preconceito que o tema suscita entre os homens. E esse preconceito se mostrou por demais arraigado na Câmara, composta, predominantemente, por parlamentares do sexo masculino. Não por acaso, a primeira resistência à nossa proposta baseava-se no fato de uma mulher estar demonstrando sua preocupação com um problema que nada tinha a ver com o universo feminino. Cheguei mesmo a ouvir, de alguns de meus pares, que eu deveria centrar meus esforços no combate ao câncer de mama e de útero, deixando aos homens as questões referentes à sua própria saúde.”
O projeto foi finalmente aprovado em 2002, sendo a seguir encaminhado para o Senado, onde um substitutivo ampliou os objetivos da proposta original, oficializando a organização de uma campanha nacional de combate à doença. A deputada elogiou também a iniciativa da Sociedade Brasileira de Urologia, que, através de comerciais na televisão, tendo como personagem a apresentadora Ana Maria Braga, alerta para os riscos do câncer de próstata.“É gratificante constatar que a sociedade brasileira começa a ser informada, através dos meios de comunicação, sobre os riscos a que a população masculina se acha exposta, em função da doença. A ampla desinformação sobre o tema¸ tanto no que se refere à mortalidade que provoca quanto à redução dos riscos de óbito a partir da detecção precoce da moléstia, acaba alimentando e aumentando o preconceito, que, por sua vez, colabora de forma decisiva para fomentar ainda mais desinformação. Romper essa barreira e envolver não só as autoridades, mas a sociedade como um todo no combate à doença foram os principais objetivos de nosso projeto pioneiro”, concluiu Telma de Souza.
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