Recuperação da Matriz de São Vicente deve ter recursos do Programa Monumenta
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, ficou entusiasmado com o plano de recuperação da Igreja Matriz de São Vicente e encaminhou de imediato o projeto para análise da coordenação do Programa Monumenta, que destina recursos públicos para a restauração de edificações históricas. A notícia foi divulgada pela deputada federal Telma de Souza (PT-SP), após audiência hoje(11/03), em Brasília, com o ministro, que recebeu também uma comissão da Câmara vicentina, composta pelos vereadores Gilberto Rampon (PSDB), José Soares (PSB) e Paulo Lacerda (PSB).
Durante a audiência, Gil também elogiou a iniciativa de Telma de Souza de tentar reeditar o Festival de Música Nova, em Santos. O evento, de repercussão internacional, era organizado anualmente pelo maestro santista Gilberto Mendes, mas foi cancelado pela Prefeitura do município, que alegou falta de verbas e desinteresse de público para a promoção. O ministro, sensibilizado com o valor cultural do evento, salientou que sua preservação não é apenas uma questão local, mas sim de caráter nacional. Gilberto Gil autorizou a deputada federal Telma de Souza a buscar alternativas de parcerias com a iniciativa privada, no sentido da obtenção de verbas de financiamento para o festival.
Outro assunto tratado entre o ministro e a parlamentar referiu-se ao Projeto Arte no Dique, que consiste em, através da música e de outras manifestações artísticas e culturais, propiciar melhores perspectivas de vida para crianças e jovens entre 7 e 20 anos, que vivem nas favelas do Dique da Vila Gilda, na Zona Noroeste, em Santos. O programa é uma iniciativa da organização não-governamental Instituto Elos, em parceria com Grupo Cultural Olodum e Fundação OndAzul, fundada e presidida pelo próprio ministro da Cultura. Gil, que conhece o Arte no Dique, afirmou que vai estudar, junto com sua assessoria, formas de enquadrar o projeto santista nas linhas de apoio a outras iniciativas semelhantes desenvolvidas em nível nacional, o que permitirá não só a continuidade das atividades atuais, como sua expansão.
Interditada - A Igreja Matriz da primeira cidade fundada no Brasil encontra-se interditada desde a metade de 1999, por problemas de estrutura e ameaça de desmoronamento do telhado. Em 2000, um incêndio comprometeu ainda mais o prédio. Os serviços de reparo já consumiram cerca de R$ 300 mil do Governo do Estado e R$ 50 mil da Prefeitura de São Vicente, além de verbas da Mitra Diocesana de Santos. Sua reabertura ao público ainda depende, porém, de mais recursos, para a recuperação da parte elétrica, piso e fachada.
Além dos trabalhos de recuperação, a Cúria Diocesana dispõe de um projeto de restauração mais amplo, abrangendo não só o prédio, mas também o entorno da igreja, localizada na Praça João Pessoa, área central de São Vicente. Essas obras estão orçadas em cerca de R$ 2 milhões. Telma lembrou que os contatos para obtenção dessas verbas foram iniciados na gestão do ex-ministro da Cultura Francisco Welfort. “Agora, que parte da recuperação da igreja já foi concluída e contando com o apoio do ministro Gilberto Gil, acredito que possamos viabilizar o restante da obra”, concluiu a parlamentar.
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