Ao longo de 42 dias, os servidores protagonizaram a maior greve da história da Cidade, embora seus objetivos iniciais não tenham sido alcançados, como o reajuste inflacionário e a valorização profissional. A Justiça considerou que o movimento foi legal, por respeitar os limites de serviço, especialmente nas secretarias de Saúde, Educação e Assistência Social. A paralisação dos servidores terminou oficialmente em 19 de abril, com a proposta do Executivo, aprovada pela base governamental, que ofereceu 2" de abono entre julho e setembro, e 5,35" do mesmo abono de outubro a dezembro, quando o índice será incorporado aos vencimentos. O pleito inicial era de 10,35".
O desconto dos dias parados é inédito na história recente da cidade de Santos. Com isso, levantamentos feitos pela imprensa apontam que a Prefeitura abaterá R$ 21 milhões dos pagamentos somente nas três principais secretarias relacionadas com a greve, ao ponto em que o acumulado adicional com abonos representará em torno de R$ 11 milhões, resultando em um superávit de R$ 10 milhões nesta ação para os caixas do governo municipal. Os descontos começaram a ser efetivados na última terça-feira (25), quando tradicionalmente são pagos os 60" complementares com abatimentos de encargos.
"Essa situação fará com que a greve tenha sido lucrativa para o Poder Público Municipal, caso sejam mantidos os descontos, com prejuízos imensuráveis para a economia regional. Portanto, fazemos um apelo à Prefeitura Municipal para a interrupção dos descontos, preservando a tradição de diálogo, de justiça e de respeito entre a categoria e o Poder Público", afirmou a ex-prefeita de Santos.