Uma futura Política Municipal de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e outras Demências esteve no centro de audiência pública realizada pela vereadora Telma de Souza (PT) na Câmara de Santos no dia 26 de setembro (2023).

O tema abordado está em debate em todo o mundo e no Brasil, principalmente. Segundo primeiro Relatório Nacional sobre a Demência, divulgado em 2022, pelo Ministério da Saúde, por volta de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil.

De acordo com Tamires Alves Sarno, biomédica da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), que compôs a mesa da audiência, as mulheres merecem atenção especial nesse problema de saúde pública, uma vez que 65% das pessoas diagnosticadas com demência são mulheres e 70% dos cuidadores das pessoas que apresentam o quadro também são sodo sexo feminino. Os números fazem parte do World Report Alzheimer, de 2023, relatório da organização Doença de Alzheimer Internacional.

O mesmo relatório aponta que a cada três segundos uma pessoa é diagnosticada com Alzheimer no mundo. “Temos que ter atenção que os próprios cuidados trazem desafios. Cerca de 60% dos cuidadores sentem depressão ou ansiedade e 15% chegam a ser hospitalizados”, afirmou Tamires. Ela recordou que São Paulo já conta com Lei específica, nos moldes da que foi aberto o debate com a audiência para se consolidar em Santos.

Marcia Novelli, coordenadora d Serviço de Atendimento ao Envelhecimento Cognitivo da Universidade Federal de São Paulo, Unidade Baixada Santista, também integrante da mesa, dividiu sua apresentação em eixos, como quais os serviços existentes e quais os setores envolvidos na atenção aos pacientes e cuidadores. Ela ressaltou que seria de extrema importância que Santos tivesse anualmente a publicação de um Relatório Municipal das Ações do Município sobre Alzheimer e outras Demências.  

Telma concluiu a audiência, após a participação do público, refirmando o seu compromisso de aprovar no Legislativo a Política Municipal de Enfrentamento à Doença de Alzheimer e outras Demências, nos moldes da aprovada em São Paulo Capital em 2021.

“Claro, pode servir de base para nós, mas ao longo do processo ainda ouviremos e contaremos com a colaboração dos envolvidos no tema”, resumiu a vereadora, que classificou como produtivo o debate, principalmente numa Cidade como Santos, onde 24% da população, ou um em cada quatro habitantes é idoso. Ou mais do que o dobro da média nacional, que é de 10,5% (um cada dez habitantes).