A deputada federal Telma de Souza (PT-SP) está propondo a realização de uma sessão solene para homenagear o falecido embaixador Luís Martins de Souza Dantas. Requerimento nesse sentido foi encaminhado nesta sexta-feira (20/05) à presidência da Câmara dos Deputados, onde são destacados não apenas seu trabalho diplomático, mas também sua atuação humanitária por ocasião da 2ª Grande Guerra Mundial.      Ao solicitar a organização de uma sessão solene para homenagear o diplomata, Telma de Souza afirma: "Nos anos 40, o Estado Novo perseguia todos os que desafiassem qualquer determinação do Governo de Getúlio Vargas. Conforme o caso, era inevitável a prisão e a tortura. Na Europa, a situação era pior. O nazismo tinha estabelecido o reino do terror. Por 20 anos, Souza Dantas esteve à frente da missão diplomática do Brasil na França. Ele desafiou duas ditaduras ao mesmo tempo, concedendo vistos diplomáticos, ara entrada no Brasil, a centenas de pessoas, que, sob o ponto de vista da política brasileira de imigração, eram consideradas indesejáveis: judeus, comunistas e homossexuais que tentavam escapar do horror nazista. Souza Dantas livrou aproximadamente 800 pessoas do extermínio”.      Prosseguindo, a deputada salienta que "a nobreza dos atos praticados pelo diplomata, que morreu em Paris em 1954, ficou esquecida durante anos. Somente agora ganhou o seu merecido lugar na história. O Museu do Holocausto, de Jerusalém, reconheceu-o como um ´Justo Entre as Nações´. Telma de Souza acrescenta que, recentemente, mais de 200 pessoas compareceram à homenagem ao embaixador Souza Dantas, na Congregação Israelita Paulista - CIP. O ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, fez a abertura da cerimônia e apresentou os participantes da mesa: o rabino Henry Sobel, o historiador Fábio Koifman, o embaixador Marcos Azambuja e o primo-neto e psicanalista Jorge Forbes. Koifman retomou trechos de seu livro "O Quixote nas Trevas", lendo cartas de Souza Dantas. Azambuja destacou traços de sua personalidade de ´senhor´ e Forbes salientou o aspecto de herói no homem comum que nos interpreta e como hoje ainda proliferam o racismo e tentativas eugênicas científicas. Já Sobel consagrou o embaixador Souza Dantas como alguém cujos atos de nobreza e solidariedade o colocaram como merecedor de homenagem póstuma no Memorial Yed Vashem, em Jerusalém, sendo a 19ª pessoa a receber tal distinção naquele espaço.