
O recente anúncio das obras do chamado Contorno Sul da Rodovia dos Tamoios, no Litoral Norte de São Paulo, motivou a deputada estadual Telma de Souza (PT) a apresentar requerimento de informações à Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) e à Secretaria de Estado do Planejamento e Desenvolvimento Regional. Na medida em que o traçado interferirá diretamente em bairros adensados do município de São Sebastião, a deputada quer o detalhamento das intervenções que serão feitas nas comunidades locais.
Uma das principais funções do Contorno Sul da Rodovia dos Tamoios é aperfeiçoar o acesso ao Porto de São Sebastião. Porém, para tirar as obras do papel, será necessário desapropriar imóveis e remover famílias de comunidades que estão encrustadas no traçado do futuro empreendimento, tais como Jaraguá, São Francisco, Morro do Abrigo e, sobretudo, o complexo Topolândia-Itatinga-Olaria.
Além de residências devidamente regularizadas, há, nessas condições, imóveis não-regularizados, do ponto de vista fundiário, o que leva um clima de incertezas aos moradores. No requerimento, já protocolado n a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a deputada indaga sobre o número de desapropriações que serão necessárias e, ainda, quantas são as famílias envolvidas.
“As famílias que precisarão ser reassentadas contarão com o apoio de algum programa específico de ordem habitacional, ou mesmo social, para o custeio de aluguel, enquanto não houver uma solução definitiva?”, indaga Telma.
Para a deputada, resta saber, ainda, como ficará a estrutura urbana e de serviços dos citados bairros após a construção do Contorno Sul. “Qualquer melhoria para do sistema rodoviário paulista é muito bem-vinda. Porém, é preciso esclarecer e detalhar de que maneira o cotidiano dos moradores locais será impactado por conta disso”, ressaltou.
Segundo Telma, a situação fica ainda mais problemática por se tratar de um dos maiores polos turísticos de São Paulo. “Há que se levar em conta que estamos falando de uma das regiões que mais sofre com a especulação imobiliária, o que deixa as famílias diretamente afetadas pelas obras muito apreensivas com seus futuros”, lembrou.
